Era mulato, filho
de um mestre-de-obras português, Manuel
Francisco Lisboa e de uma escrava chamada
Isabel. Seu pai, em 1741, participou dos
arremates do Palácio dos Governadores e, mais
tarde, trabalhou na decoração da Igreja de
Santa Ifigênia, em Ouro Preto; em 1766,
projetou a Igreja de Nossa Senhora do Carmo,
também em Ouro Preto. Seu tio, Francisco
Antônio Pombal, fora o primeiro a romper com
as limitações de espaço na decoração das
igrejas mineiras, acrescentando paredes de
madeira à construção de taipa. Foi nesse meio,
em contato com mestres da talha e da
escultura, que se deu a sua formação.
Em
1760, Aleijadinho, já participava dos
trabalhos de talha da Igreja de Nossa Senhora
de Bom Sucesso, em Caeté. Iniciou sua carreira
fazendo trabalho de talha em pedra-sabão. Mais
tarde, além de escultor, tornou-se arquiteto.
A Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro
Preto, foi projetada por ele. Nessa
construção, Aleijadinho, conseguiu dar mais
leveza ao estilo barroco.
A
partir de 1777, foi atingido por uma doença,
cujo diagnóstico mais provável é a lepra de
origem nervosa, que o fez perder aos poucos os
dedos dos pés e atrofiou-lhe os dedos das
mãos, acarretando também uma paralisia facial,
e o afastamento de todo convívio social. Por
esse motivo, passou a ser chamado de o
Aleijadinho. A maior parte de seus trabalhos
foi executada nessas condições.
Tornou-se um dos principais representantes do
barroco brasileiro, estando entre suas obras a
fachada de diversas igrejas coloniais
mineiras. Uma de suas obras mais grandiosas e
conhecidas são os Passos da Paixão. São 66
peças esculpidas em cedro, quase em tamanho
natural, representando a paixão de Cristo, e
os 12 profetas esculpidos em pedra-sabão, que
se encontram em Congonhas do Campo, Minas
Gerais. Com o auxílio de três escravos,
dedicou-se vários anos a esse trabalho,
iniciado em 1776.
04/03/06
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