Em 1886, quando a Revolução
Industrial já contava com mais de um século de existência, as condições de
trabalho dos operários ainda eram extremamente penosas, tanto para homens como
para mulheres. Os salários eram irrisórios, as condições de vida muito abaixo
do nível de pobreza e os patrões não reconheciam os direitos dos empregados.
A classe trabalhadora
surgida com a Revolução Industrial demorou a se organizar. Mas, aos poucos,
foi formando associações e passando a reivindicar melhores salários e
condições de trabalho menos duras. Jornadas de trabalho de até 17 horas
diárias eram comuns nas indústrias da Europa e Estados Unidos no final do
século XVIII e durante o século XIX.
Na Europa, governos como o
francês, o britânico e o alemão, concederam alguns direitos aos trabalhadores.
Mas, nos Estados Unidos, não existiam garantias trabalhistas.
Os operários
começaram a organizar greves e manifestações. Em 1º de maio de 1886, nas
manifestações em Chicago, centenas de milhares de trabalhadores foram às ruas
protestar contra as condições desumanas de trabalho e pela redução da jornada
de trabalho de 13 para 8 horas diárias. A polícia entrou em choque com os
grevistas e uma pessoa não identificada arremessou uma bomba no meio da
multidão, matando quatro manifestantes e três policiais. A repressão policial
intensificou-se nos dias seguintes resultando em mortos, feridos e presos.
Esse fato ficou conhecido como a Revolta de Haymarket.
Oito líderes
dos trabalhadores foram presos e julgados (August Spies, Albert Parsons, Sam
Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel)
como responsáveis pelo ocorrido. Sete foram condenados à morte e um, à prisão
perpétua. Dos oito, um suicidou-se na prisão, quatro foram enforcados e três
libertados após sete anos de detenção.
Aos poucos,
porém, vários estados norte-americanos começaram a estabelecer jornadas de
trabalho menores, de dez e até oito horas. Nos EUA, a data é celebrada na
primeira segunda-feira de setembro (Labor Day).
É em memória
dos mártires de Chicago, e por tudo o que esse dia significou na luta dos
trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o
dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.
No Brasil, a
data é comemorada desde 1895. Mas, tornou-se feriado nacional somente em
1925, por um decreto do presidente Artur
Bernardes. No governo de Getúlio Vargas, as principais medidas de benefício ao
trabalhador (salário mínimo, em 1940; criação da Justiça do Trabalho, em 1941;
Consolidação das Leis do Trabalho, em 1943) foram anunciadas nessa data. Desde então, comemorações, comícios,
shows, são realizados no Brasil para comemorar o Dia do Trabalhador.
Atualizado em
26/04/2022
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