Origem
do carnaval
A origem do carnaval é desconhecida. Há
os que atribuem a origem dessa festa aos
cultos agrários realizados pelos povos
primitivos a dez mil anos antes de
Cristo. Quando esses povos com cânticos
e danças celebravam as boas colheitas.
Outros atribuem às festas em homenagem à
deusa Ísis e ao Boi Ápis, no Egito
antigo, ou ainda na Grécia e Roma
antigas.
Na Grécia, o Carnaval foi oficializado,
no século VII a.C., nas festas de culto
a Dionísio, deus do vinho e dos prazeres
da carne, em
agradecimento aos deuses pela
fertilidade do solo e pela produção.
Essas festas incluíam orgias
sexuais e bebidas.
Na Roma antiga, as festas eram em honra
ao deus, Saturno (as sartunálias), deus
da agricultura e ao deus Baco (bacanais
ou dionisíacas), chamado de Dionísio
pelos gregos.
No século IV, com o advento do
cristianismo, a Igreja tentou combater
várias tradições pagãs, mas com o tempo
foi forçada a consentir com essas
práticas e, em 590, o Papa Gregório I,
oficializou o carnaval no calendário
eclesiástico.
Em 1545, durante o Concílio de Trento, o
carnaval passou a ser reconhecido como
uma festa popular.
Embora não haja certeza quanto à
origem da palavra “carnaval”, sabe-se
que surgiu entre os séculos XI e XII, e
deriva do latim carnelevamen (tirar a
carne), depois modificada para carne
vale (adeus carne). Está ligada à
tradição cristã, de não comer carne no
período que precede a Quaresma (Paixão
de Cristo). Nesse período todos os
cristãos deveriam abster-se de carne por
quarenta dias, da quarta-feira de cinza
até as vésperas da páscoa, jejuar e
fazer penitências. Portanto, o carnaval
significava a possibilidade de fugir
desses rigores, festejando em
liberdade.
Carnaval no Mundo
O carnaval é festejado em várias partes
do mundo, em datas que variam de acordo
com as tradições nacionais e locais, e
sofreu mudanças ao longo do tempo. Na
Europa, os mais famosos são: o carnaval
da Itália,
comemorado com bailes e desfiles de
máscaras nas ruas, sendo o mais
tradicional o carnaval de Veneza. Na
Inglaterra o Carnaval de Notting
Hill é a maior festa de rua da Europa e
disputa o posto de segundo Carnaval do
mundo.
Na América, temos o maior
Carnaval do Caribe, em Port of Spain,
Trinidad e Tobago que é uma mistura da
festa tradicional dos colonizadores
franceses com a cultura dos escravos
africanos. Ritmos caribenhos, como o
calipso, predominam. E o carnaval de
Nova Orleans, EUA,
festeja-se o
carnaval principalmente de 6 de janeiro
à terça-feira gorda (mardi gras em
francês, idioma dos primeiros
colonizadores de Nova Orleans, na
Louisiana), com seus carros
alegóricos e mulheres com seios
expostos, é considerado o segundo maior
Carnaval do mundo.
Carnaval no Brasil
O carnaval brasileiro tem sua origem no
entrudo português, que chegou ao Brasil
no século XVII e se espalhou pelo país.
O entrudo acontecia num período anterior
à quaresma; uma brincadeira grosseira
que
consistia
em lançar, água, farinha, pó de cal (que
podia até cegar as pessoas atingidas),
limões-de-cheiro (feitos ambos de cera),
vinagre, vinho e outros líquidos sobre
os outros foliões.
No Brasil, o primeiro carnaval surgiu
em 1641, no Rio de Janeiro promovido
pelo governador Salvador Correia de Sá e Benevides em homenagem ao rei Dom João
IV, restaurador do trono português. Com
o tempo o carnaval brasileiro, foi
incorporando elementos dos carnavais que
aconteciam na Europa, personagens como a
colombina, o pierrô e o Rei Momo e os
bailes de máscaras.
Em 1846, no Rio de Janeiro; surge a
figura do Zé-Pereira, um
sapateiro
português, chamado José Nogueira de
Azevedo Paredes, que introduziu o hábito
de animar a folia ao som de zabumbas e
tambores, em passeatas pelas ruas, como
se fazia em sua terra. Mais tarde foram
introduzidos o pandeiro, o tamborim, o
reco-reco, a cuíca, o triângulo e as
frigideiras.
No final do século XIX, surgem os
primeiros blocos carnavalescos, cordões
e os corsos, que tornaram-se bem
populares no começo do século XX. Nos
corsos, os foliões fantasiados,
desfilavam pelas ruas das cidades em
seus carros decorados, promoviam
batalhas de
confete e serpentina e lança-perfumes, e
as mulheres dançavam sobre os automóveis
conversíveis da época. Os corsos deram
origem aos carros alegóricos.
No
século XX, o carnaval foi ganhando
importância e se tornando mais animado
com as marchinhas de carnaval. A
primeira música composta especialmente
para o carnaval foi a marcha rancho Ó
Abre Alas de Chiquinha Gonzaga em 1899.
As
escolas de samba nasceram das rodas de
samba das camadas pobres do Rio de
Janeiro, formados em sua maioria por
negros entre as décadas de 1920 e 1930.
A primeira escola de samba surgiu no Rio
de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi
criada em 1928, pelo sambista carioca
chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a
Deixa Falar transformou-se na escola de
samba Estácio de Sá. A Estação Primeira
de Mangueira surgiu em 1929. A partir
dai o carnaval de rua foi evoluindo e
ganhando novo formato. Novas escolas de
samba surgiram no Rio de Janeiro e em
São Paulo. Organizadas em Ligas de
Escolas de Samba, começam os primeiros
campeonatos para escolher as melhores.
Em 1932, o jornal Mundo Esportivo,
promoveu o primeiro concurso de escolas
de samba, que desfilaram na famosa Praça
Onze.
A partir da década de 1960 os desfiles
das escolas de samba tornaram-se o
centro das atenções do carnaval
brasileiro, o samba e a marcha, foram
trocados pelo samba-enredo.
O carnaval pernambucano, especialmente
em Olinda e Recife, é um dos mais
animados carnavais de rua do país. Ao
som do frevo, do maracatu, as
agremiações de caboclinhos, e os clubes
de frevo arrastam multidões. Os
conjuntos de frevo mais animados são: os
Vassourinhas, Toureiros, Lenhadores e
outros.
Os desfiles de bonecos gigantes, em
Recife, são uma das principais atrações
assim como o bloco carnavalesco Galo da
Madrugada.
Em Salvador. Ao som do trio elétrico com
cantores famosos, surgidos na década de
1970, arrastam multidões de foliões.
Destacam-se
também os blocos afros como o Olodum e o
Ileyaê, além dos blocos de rua e do
Afoxé Filhos de
Gandhi.
Na Bahia, é comemorado também na
quinta-feira da terceira semana da
Quaresma, mudando de nome para Micareta.
Esta festa deu origem a várias outras em
estados do Nordeste, o chamado "carnaval
fora de época" como o Fortal, em
Fortaleza; o Carnatal em Natal; a
Micaroa em João Pessoa; o Recifolia, em
Recife; o Micaru, em Caruaru e outros
mais.
Comemorado de diversas maneiras em todo
o Brasil, o carnaval representa
importante atração turística.
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