A República no Brasil
começou a dar seus primeiros passos em 1870,
com a publicação do "Manifesto Republicano" no jornal
A República.
Com 58 assinaturas de jornalistas, advogados,
médicos, negociantes e fazendeiros o documento
anunciava: "Somos da América e queremos ser
americanos". Ser americano, naquele momento,
significava ser republicano. Afinal, o Brasil
era o único país do continente que ainda
adotava a monarquia como regime de governo.
O Manifesto defendia o federalismo (autonomia
para as Províncias administrarem seus próprios
negócios) e criticava o poder pessoal do
imperador. A partir dessas idéias surgiram os
jornais, os clubes e os partidos republicanos.
Em 1873, foi fundado o Partido Republicano
Paulista (PRP), na cidade de Itú, que difundiu
a idéia de que a República era sinônimo de
progresso. Na verdade, os cafeicultores
paulistas que compunham o partido não
aceitavam a falta de participação na vida
política do país. O PRP passou a contar também
com o apoio de parte da classe média, dos
operários, do Exército e da Igreja Católica.
Em 1873, reuniu-se em Itú, na província de São
Paulo, a primeira Convenção republicana. Os
republicanos de São Paulo começavam os
trabalhos que orientariam a ação do
Partido Republicano.
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Questões que levaram a queda da monarquia:
Em 1888, a escravidão foi definitivamente
abolida. Os grandes proprietários rurais do
Vale do Paraíba (SP), defensores da
escravidão, passaram a apoiar o movimento
republicano, pois se sentiam traídos pela
monarquia.
Durante o Império, o catolicismo era a
religião oficial no Brasil e a Igreja era
subordinada ao Estado. O império começou a
perder a simpatia da Igreja Católica a partir
de 1872. Nesse ano, os bispos de Olinda e de
Belém puniram ordens religiosas que apoiavam
os maçons. D. Pedro II solicitou que as
punições fossem suspensas, mas os bispos não
obedeceram, sendo, por isso condenados à
prisão.
Depois da guerra do Paraguai, o Exército
ganhou importância na sociedade. Mas, não
tinham reconhecimento do governo monárquico. O
poder dos civis era muito maior que o dos
militares. Os militares queriam maior
participação na vida política do país, os
oficiais do Exército começaram a aderir as
idéias republicanas. O coronel Benjamin
Constant foi um dos que ajudaram a difundir as
idéias republicanas.
Em 1844, grandes chefes do Exército (entre
eles o marechal Deodoro da Fonseca)
revoltaram-se contra a punição de oficiais que
fizeram denúncias de corrupção acobertada por
políticos.
Para resolver sua situação de isolamento, o
governo imperial tentou um programa de
reformas políticas (liberdade religiosa,
liberdade de ensino, autonomia das províncias,
mandato temporário para os senadores). Mas as
reformas chegaram tarde.
No dia 15 de novembro de 1889, no Rio de
Janeiro, o
Marechal Deodoro da
Fonseca (1827-1892),
liderou um golpe que depôs a Monarquia.
Deodoro à frente de um batalhão, marchou para
o Ministério da Guerra, depondo o Gabinete de
Ouro Preto. Não houve resistência. Os
revoltosos conseguiram a adesão das tropas
governistas. Deodoro que estava doente,
dirigiu-se então para a sua residência e os
militares voltaram aos quartéis. Nesse
momento, alguns republicanos, entre os quais
José do Patrocínio, preocupados com a
indefinição do movimento, dirigiram-se à
Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro,
proclamando a República. O povo não
participou de nenhuma ação política, quando
viram a tropa na rua, pensaram que se tratasse
de um desfile militar.
Deodoro criou o governo Provisório da
República dos Estados Unidos do Brasil. D.
Pedro II foi convidado a deixar o país com sua
família.
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